Dia 4 de fevereiro, Luiza e o mar

A Glorinha, tia-vó da Luiza, escreveu um lindo poema sobre esta foto no seu blog, o Café com Bolo. Reproduzo o poema aqui e indico todo mundo a conhecer o Café com Bolo.

O Mar de Luiza

O que pensará Luiza
Diante de mar tão grande?

Tão pequenina a Luiza
E no entanto, tão pensante...

Pensativa, patativa
Essa Luiza falante
Que no entanto, olhando o mar
Fez silencio por instantes.

O que pensará Luiza
Nessa linda cabecinha
Ingênua e delicada
Cabeça de menininha?

Que vê Luiza, lá longe
Que eu nem ninguém enxerga?

Será príncipe, princesa
Um pato, um balão ou nuvem?
O que estará Luiza
Pensativa, adivinhando?

Será passarinho verde
Barco de papel, flutuando
Ou simplesmente, peixinhos
Singelamente nadando?

Que será que vê Luiza
Com seu olhar de criança
Perscrutando o infinito
Enquanto a maré balança?

Olhará pro seu futuro
Lá, numa ilha distante?
Ou, simplesmente se encanta
Com a gaivota dançante?

Luiza vê e eu não vejo
Luiza calma e serena
Olha nos olhos do mar
Vê que tudo valhe a pena...

Pois só um olhar de criança
De sabedoria sem conta
Sabe enxergar a beleza
Num mar, num céu, numa onda...

Na gaivota voando
Na nuvem em forma de tromba
Do elefante imaginário
Do coelho, dromedário
Que no céu vão desenhando...

Seus dedos, lápis de cor
Que os olhos vão colorindo
E o céu fica cheio de estórias
Que Luiza vai abrindo...

Luiza sabe de tudo
Luiza fada-menina
Olhando pro mar tão quietinha
Luiza maga e adivinha
Intérprete de tantos sonhos
Luiza sabe no fundo
Que olhando o mar, olha o mundo...

E seu riso canta músicas
Canta canções de ninar
Seu riso, guizo, acalanto
Asas de beija-flor
Batendo a murmurejar...
Luiza vê a poesia
Que há ao se olhar o mar.

Diz pra titia, Luiza
Me conta, me ensina a ver...
Suas nuvens cor de rosa
O que te faz encantar?
Me conta baixinho o segredo
Ensina pro meu olhar
O que vê além do que vejo
Luiza, ao olhar o mar?

Essa imagem de Luiza
Sua tão forte presença,
Diante do mar, parada,
Maõzinhas pra trás, pensante,
Foi de tal forma intensa
Que pensei por um instante:

Luiza viu e sentiu,
Com sua beleza imóvel
O que muita gente leva
A vida toda a procurar...
Que não existe resposta
A procura é que nos move
Que importa não encontrar?

Luiza soube de tudo
Pois ao perguntar ao mar
Entendeu que o mar lhe disse:
Procura menina Luiza,
Passa a vida a procurar...
Pois toda a graça está nisso
Assim escreverá sua estória
Assim guardará de memória
Que viver é nunca achar...

Para Luiza, e que ela nunca deixe de brincar de procurar...
Essa é a beleza e o mistério da vida, como o mar...

Com amor, da tia Glorinha.